Visor Técnico – Nº251 – 11/05/2020
|
|||
|
|||
Comunicados Técnicos do CFC1- Contabilidade Gerencial ajuda empreendedores a superar a crise
Por Maristela Girotto
|
|||
|
|||
ArtigosEstamos divulgando os artigos vencedores do 14º ENECON realizado em Teresina/PI nos dias 13 a 15 de junho de 2019. O artigo intitulado GRAU DE GOVERNANÇA ELETRÔNICA DOS ESTADOS NORDESTINOS (IGEN) foi classificado em 1º lugar e o artigo intitulado O Poder de Acurácia dos Estágios de Ciclo de Vida das Empresas nas Previsão de Lucros: Uma Análise das Empresas Listas na B3 foi classificado em 2º lugar.
GRAU DE GOVERNANÇA ELETRÔNICA DOS ESTADOS NORDESTINOS (IGEN)
Autores:
Cíntia Vanessa Monteiro Germano Aquino: Contadora, professora da UVA, certificada em IRFS pela ACCA, mestra em administração e controladoria pela UFC, especialista em controladoria, governança corporativa e contabilidade pública. Viviane da Silva Sousa – Ex- aluna do Curso de Ciências Contábeis da UVA. Ana Elisa Carneiro Costa – aluna do Curso de Ciências Contábeis da UVA. Marcos Bruno Messias de Sousa– aluno do Curso de Ciências Contábeis da UVA.1 INTRODUÇÃOA introdução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) exigiu que o Estado se tornasse mais eficiente, buscando transformações no controle organizacional interno e maior eficácia no controle social, melhorando a prestação desses serviços públicos e habilitando o espaço virtual para a ampliação do acesso público (FREITAS; LUFT, 2014). Nesse sentido, nasce a governança eletrônica, que é a comunicação entre o governo e seus cidadãos por meio de computadores e com auxílio da internet (EVANS; YEN, 2006).Portanto, a governança eletrônica torna-se um fator importante, porque colabora com a boa governança, melhora a relação entre governo-cidadão-empresa, principalmente, com mais transparência, accountability, redução dos custos de transação e aumento da participação cidadã. Além disso, aperfeiçoa processos internos e gera mais informações aos gestores, sendo uma forma de aproveitar o potencial e as facilidades da internet (MELLO; SLOMSKI, 2010).Dessa forma, surgiu a seguinte problemática: Qual o Índice de Governança Eletrônica dos Estados Nordestinos? Para responder a esse questionamento, este trabalho tem como objetivo identificar o Índice de Governança Eletrônica dos Estados Nordestinos (IGEN), baseado na metodologia de Mello e Slomski (2010). A Região Nordeste foi escolhida porque foi destaque na última verificação da transparência dos Estados (CGU, 2019).2 METODOLOGIA Esta pesquisa se enquadra como quantitativa quanto à problemática e descritiva, quanto ao objetivo. Para a coleta de dados, utilizou-se a metodologia desenvolvida por Mello e Slomski (2010), denominada de Índice de Governança Eletrônica dos Estados Brasileiros (IGEB), para calcular o Índice de Governança dos Eletrônica dos Estados Nordestinos (IGEN). Ao todo, foram analisadas cinco subgrupos: Práticas de Conteúdo (PCon), Práticas de Serviços (PSer), Práticas de Participação Cidadã (PPC), Práticas de Privacidade e Segurança (PPS) e Práticas de Usabilidade e Acessibilidade (PUA), totalizando 66 práticas, sendo 13 PCon, 16 PSer, 10 PPC, oito PPS e 19 PUA. Cada subgrupo variava de 0 a 20 pontos e, para saber a pontuação de cada prática, dividiu-se a pontuação máxima do subgrupo (20 pontos) pelo número de práticas do subgrupo. Após as análises nos portais eletrônicos de cada Estado do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), cada prática recebeu sua respectiva pontuação. Para cálculo do IGEN, utilizou-se o somatório encontrado por todas as práticas. O IGEN então variou de 0 a 100. Após obter a pontuação dos Estados Nordestinos, foi realizada a estatística descritiva por prática e por Estado e os dados foram sintetizados em tabelas e gráficos. Ressalta-se que os dados foram coletados dos sites oficiais de cada Estado, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2019. 3 CONTEÚDO
Considerando os procedimentos adotados para cálculo do IGEN, que foi baseado no estudo de Mello e Slomski (2010) inicialmente foi elaborada a estatística descritiva das práticas de governança eletrônica. A maior média foi percebida na Prática de Conteúdo (12,19), que também foi a prática de maior pontuação entre os Estados Nordestinos (109,74). Verificou-se uma pequena modificação nos resultados encontrados por Mello e Slomski (2010). Naquele estudo, os Estados Nordestinos apresentaram maior pontuação na Prática de Serviços (120,4) e menor pontuação na Prática de Privacidade e Segurança (42,51). Os resultados atuais também mostraram que a Prática de Privacidade e Segurança apresentou a menor pontuação (87,5), contudo, verificou-se uma melhora em relação ao estudo de Mello e Slomski (2010).
Em 2010, a menor pontuação encontrada foi no Maranhão, na Prática de Privacidade e Segurança (1,67) e a maior pontuação foi na Bahia, na Prática de Serviços (15,83). No presente estudo, a menor pontuação foi na Prática de Participação Cidadã (6,00) no Piauí e a maior foi na Prática de Conteúdo (16,92) no Maranhão.
As Práticas de Acessibilidade, Conteúdo e Participação Cidadã cresceram 3%, 4% e 6%, respectivamente, em relação ao estudo de Mello e Slomski (2010), enquanto que a Prática de Serviços apresentou uma queda de 13%. Cumpre mencionar que a Prática de Serviços no estudo anterior era a prática que possuía a maior pontuação (120,4), contudo, na presente pesquisa, a Prática de Conteúdo foi a que apresentou maior pontuação (109,74). Portanto, quando se analisam as pontuações, verifica-se que, apesar da pontuação do IGEN ter aumentado ao longo do tempo, a prática mais efetiva apresentou uma redução em pontos totais.
Analisou-se também o desvio-padrão, que representa o nível de disparidade para mais ou para menos da informação colhida e que determina o afastamento dos dados em relação à média de pontuação calculada (FRICKE, 2009). O maior desvio-padrão foi percebido na Prática de Participação Cidadã, evidenciando que os Estados Nordestinos apresentaram pontuações bem diferentes nessa prática. O menor desvio foi verificado na Prática de Usabilidade e Acessibilidade, mostrando que as pontuações dos Estados foram bem próximas à média (10,41).
Em relação à pontuação total do IGEN, que alcançou 483,87, houve um aumento de 9% em relação à 2010 (442,74). Percebe-se também um aumento na pontuação de quatro, das cinco práticas. O aumento mais expressivo foi observado na Prática de Privacidade e Segurança, que em 2010 era de 42,51 e passou para 87,5, aumentando 106% em relação à 2010.
Em seguida, realizou-se uma comparação do IGEN por Estado. Observou-se que, em 2010, o menor IGEN foi registrado pela Bahia (58,27) e o menor pelo Maranhão (43,05). Atualmente, Maranhão passou a ter o maior IGEN (68,42), evidenciando-se uma mudança significativa na gestão da governança eletrônica desse Estado. A Bahia, que antes apresentava o maior IGEN, passou a ter o segundo menor (46,52), mostrando uma queda significativa.
Verificando a posição dos Estados, Maranhão, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas apresentaram IGEN maior que 50, mostrando que esses Estados apresentaram mais da metade das práticas de governança eletrônica implantadas. Apesar de Pernambuco, Piauí, Bahia e Sergipe terem os piores índices, ficando entre as últimas quatro posições, percebe-se que estão presentes mais que 40% das práticas de governança eletrônica.
Em seguida foi elaborada a estatística descritiva do IGEN por Estado e observou-se que os Estados com menor média por prática foram: Sergipe, Bahia, Piauí e Sergipe. As maiores médias foram do Maranhão, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte, coincidindo também com os quatro maiores índices.
Seis Estados apresentaram suas menores pontuações na Prática de Participação Cidadã: Alagoas (10,67), Bahia (6,67), Paraíba (10,00), Piauí (6,00), Rio Grande do Norte (9,00) e Sergipe (6,67). Somente dois Estados tiveram suas menores pontuações na Prática de Privacidade e Segurança: Ceará (9,17) e Maranhão (10,00). Pernambuco mostrou menor pontuação na Prática de Conteúdo.
Quatro Estados apresentaram suas maiores pontuações na Prática de Serviços: Alagoas (11,25), Bahia (12,08), Paraíba (13,33), Pernambuco (12,08). Na Prática de Conteúdo, foram quatro Estados: Maranhão (16,92), Piauí (13,33), Rio Grande do Norte (15,90) e Sergipe (11,28). Somente o Ceará (14,67) que apresentou maior pontuação na Prática de Participação Cidadã. Esses resultados justificam os destaques nas Práticas de Conteúdo e de Serviços.
Por fim, verificou-se que, apesar do Maranhão ser o Estado Nordestino com maior IGEN, ele apresentou o maior desvio-padrão, evidenciando que houve grande discrepância entre os resultados obtidos por prática. Em contrapartida, Alagoas apresentou menor diferença entre as práticas de governança eletrônica (desvio-padrão 0,22).
Em seguida, foram verificados os IGEN por prática e por Estado e verificou-se que em relação à Práticas de Conteúdo, de Participação Cidadã, Privacidade e Segurança e de Serviços, Maranhão foi destaque. Paraíba se destacou somente na Prática de Usabilidade e Acessibilidade. Na Prática de Usabilidade e Acessibilidade, cabe ressaltar que, no decorrer dos anos, Piauí conseguiu elevar sua pontuação consideravelmente, de 6,67 em 2010, para 9,16 em 2019. Outra alteração significativa foi em relação ao Estado do Ceará, que em 2010 tinha uma pontuação de 2,5, passando à pontuação de 9,16 pontos.
Verifica-se que, de modo geral, não houve disparidade significativa na pontuação das práticas, de modo que as alterações para mais não foram relevantes em virtude do longo período entre as análises das práticas. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados permitem concluir que houve uma evolução nas práticas de governança eletrônicas nos Estados Nordestinos, mas ainda é necessária uma maior evolução, porque o Estado que apresentou maior aplicação de práticas, teve menos que 70% das práticas implantadas. Além disso, essa pesquisa permite a ampliação da discussão sobre a temática governança eletrônica, que é uma forma efetiva de controle social.
Para pesquisas futuras, sugere-se analisar a governança eletrônica de todos os Estados Brasileiros, utilizando a metodologia de Mello e Slomski (2010) para verificar a evolução dos resultados, podendo fazer comparação por prática, por Estado e por Região.
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO – CGU. Escala Brasil Transparente. Disponível: . Acesso em: 30 mar. 2019.
EVANS, D., YEN, D. C. E-Government: evolving relationship of citizens and government, domestic, and international development. Government Information Quarterly, v. 23, n. 3, p. 207-235, 2006.
FREITAS, R. K. V.; LUFT, M. C. M. S. Índice de Governança Eletrônica nos Municípios: Uma Análise do Estado de Sergipe. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, v. 13, n. 1, p. 56-73, 2014.
MELLO, G. R.; SLOMSKI, V. Índice de Governança Eletrônica dos Estados Brasileiros (2009): no âmbito do Poder Executivo. Journal of Information Systems and Technology Management, v. 7, n. 2, art. 7, p. 375-408, 2010
O PODER DE ACURÁCIA DOS ESTÁGIOS DE CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS NAS PREVISÃO DE LUCROS: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS LISTAS NA B3.
Área Temática: Contabilidade Financeira
Francisco Alves de Souza Neto
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis Universidade Federal da Paraíba- UFPB souzancont@hotmail.com Orientador: Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão Introdução A estimativa de lucro das empresas é fundamental para a tomada de decisão de agentes financeiros, uma vez que a mesma pode ser utilizada como proxy para se entender a relação entre risco e retornos esperados. A previsão de lucros também desempenha um papel relevante na avaliação de empresas, orçamentos de capital e outras configurações de finanças corporativas; além de ser importante para práticas de gerenciamento de investimentos, assim como construção de portfólio (HOU et al., 2012; SALSA, 2010). Para se fazer utilizar dessa ferramenta de decisão, muitas vezes são utilizadas previsões de analistas. Essas previsões são construídas por meio de fatores muitas vezes pouco confiáveis, uma vez que existem diversos vieses, como expectativas exageradas, que fazem acreditar que não seria uma melhor opção utilizá-las (BROWN; ROZEFF, 1978; DALMÁCIO, 2009; DE BONDT; THALER, 1990; MARTINEZ, 2004). Nesse sentido, diversos estudos procuraram construir um modelo eficiente de previsão de lucros, porém os mesmos detêm uma característica em comum: dependem exclusivamente dos lucros ex post para realizar uma previsão dos lucros ex ante. Todavia, os lucros realizados podem ser uma proxy ruidosa para previsão de lucros, uma vez que os lucros médios realizados podem se desviar significativamente dos lucros esperados (BLUME; FRIEND, 1973; ELTON, 1999; FROOT; FRANKEL, 1989). Tentando sanar essa problemática, pesquisas anteriores (CLAUS; THOMAS, 2001; EASTON, 2004; GEBHARDT et al., 2001; GORDON; GORDON, 1997; HOU et al., 2012; JUETTNER-NAUROTH, 2005) incluíram variáveis explicativas que aumentam o poder de acerto dessas previsões. Apesar de serem positivas, essas tentativas podem não ter sido completamente efetivas, abrindo espaço para novas perspectivas e indagações. Isso faz com que o comportamento da empresa perante a previsão de lucros seja investigado na tentativa de uma melhora-las (FAIRFIELD, SWEENEY; YOHN, 1996). A fim de entender como esses modelos de previsão de lucros, baseados em dados históricos, reagem a mais poder informacional das entendidas, foi relacionada a Teoria do Ciclo de Vida das Empresas (DEANGELO; DEANGELO, 2006; DICKINSON, 2011) na tentativa de aumentar a absorção de informações de empresa, diminuindo os ruídos da previsão. Entendendo que empresas de estágios iniciais apresentam poucas informações disponíveis no mercado reduzindo o potencial de acurácia dos modelos de previsão, dessa maneira, controlando esses estágios, é possível que as previsões sejam mais precisas. Dessa forma, tem-se como questão norteadora deste estudo: A associação de variáveis correspondentes aos Estágios de Ciclo de Vida das Empresas aumenta o poder de acurácia de um modelo de previsão de lucros? Logo, o objetivo desta pesquisa é analisar o comportamento das previsões de lucros associados aos estágios do ciclo de vida das empresas. Com base no exposto, este trabalho utiliza a metodologia de Hou et al., (2012) para previsão de lucros adicionada à variáveis suportadas pela Teoria do Ciclo de Vida das Empresas de acordo com o modelo de Dickinson (2011). Pesquisas de âmbito nacional e internacional apenas tratam das falhas nas previsões e como elas se relacionam no mercado acionário brasileiro e internacional, deixando um gap na literatura. O presente estudo se destaca entre as demais pesquisas por tentar relacionar a previsão de lucros com os estágios de ciclo de vida das empresas. Nesse sentido, espera-se obter uma previsão mais precisa e aumentar o poder informacional de cada previsão utilizando o estágio de cada empresa como informação adicional. Procedimentos Metodológicos Tendo em vista que o objetivo desta pesquisa foi verificar o comportamento das variáveis embasadas em ECV a um modelo de previsão lucros (HOU et al., 2012), foi composta uma amostra que utiliza as instituições de capital aberto listadas na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão). Foram retiradas da amostra as organizações do setor financeiro, uma vez que elas apresentam uma estrutura e procedimentos contábeis específicos, o que diferem das demais empresas. Assim, para a primeira parte, foi usado um modelo de Hou et al. (2012), que se baseia em uma extensão e variação dos modelos de rentabilidade cross-section (FAMA; FRENCH, 2000, 2006; HOU; ROBINSON, 2006; HOU et al., 2011) para prever lucros. Assim, a amostra final foi composta por 93 ações empresas brasileiras. Vale ressaltar que foram retiradas as empresas que não dispunham de dados suficientes para compor o modelo e que não apresentavam todos os dados do período indicado. Na segunda etapa foram estimadas regressões para previsão dos lucros estimada na primeira etapa da pesquisa foi considerada como variável dependente e ECV como uma das variáveis explicativas. Ademais, salienta-se que todos os dados referentes às empresas para composição da amostra utilizaram-se da base Economatica®. Conclusão O objetivo principal desta pesquisa foi melhorar o poder de previsão de lucros com a adição da Teoria do Ciclo de Vida das Empresas. Nesse sentindo, foi usado o modelo de Hou et al. (2012) para prever lucros e adicionados os ECVs, de acordo com o modelo de Dickinson (2011), em instituições de capital aberto listadas na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão). Os resultados encontrados sugerem que não houve uma grande melhoramento no poder explicativo dos modelos com a adição dos ECVs ou apenas controle das empresas maduras, porém em relação ao poder de previsão foi verificado que as previsões de lucros mensuradas com ECV apresentaram um poder maior de acurácia dessas previsões em relação ao modelo sem adição de ECV, esse resultado se encontra mais evidente em empresas maduras. A pesquisa ainda teve como limitações o período de disponibilização e exigência de informações das companhias de capital aberto brasileiras. Assim, espera-se adicionar à literatura descobertas sobre modelos de previsão de lucros. |
|||
|
|||
|
|||
|
|||
|
|||
Expediente Vice-presidente de Técnica: Produzido pela Assessoria de Comunicação Projeto Gráfico e diagramação Tecnologia da Informação do CRCCE |