Conecon: chegamos ao último dia de programação da Trilha Inove

por: CRCCE Assessoria de Imprensa

Assim como nos dias anteriores, a Trilha Inove da Conexão Nordeste de Contabilidade  trouxe uma abundância de temáticas voltadas para a classe contábil.

Minicurso Segurança de Dados

 

O último dia de programação da Trilha Inove da Conexão Nordeste de Contabilidade (Conecon), nesta sexta-feira (23/10), iniciou com minicurso Segurança de Dados, ministrado pela advogada Fernanda Rodrigues de Lima, mediado por Dorywillians Botelho de Azevedo, do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA).

 

A palestrante abordou os conceitos de Compliance, bem como as políticas de Integridade e Governança. De acordo com Fernanda, a busca por gestão por resultados é algo que deve ser estimulado nas empresas, a partir da criação de políticas e normas para organizar os escritórios de contabilidade, com gestão sistêmica de riscos, integridade organizacional, ambiente de controle, efetividade do programa e treinamento.

Como parte da segurança da organização, o dever do sigilo de colaboradores foi  amplamente apresentado, a fim de melhorar o sistema organizacional. A ideia da capacitação é preparar as empresas contábeis para a implantação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “O grande desafio que se coloca para os contadores é preparar o escritório e a equipe, por meio da formação, para efetivamente colocar a lei em prática”, ressaltou Fernanda.

 

Além do que é Compliance, o papel do contador e a LGPD nas relações de trabalho, a palestra também abordou: dados pessoais, princípios, portabilidade, término do tratamento de dados, sanções administrativas, ações judiciais individuais e coletivas, DPO e boas práticas de governança.

 

A advogada Fernanda Rodrigues de Lima Advogada é especialista em Direito aprovada pela UFPE e especialista em Compliance pela Fundação Getúlio Vargas.

 

 

 

Palestra: Como Otimizar as Redes Sociais

 

Iniciando a programação da tarde, às 14h, teve a palestra Como Otimizar as Redes Sociais – Curtidas não pagam contas, ministrada por Tales Simões, com mediação de Carla Tasso, presidente do CRCES.

O palestrante iniciou falando da importância que as redes sociais têm hoje em dia, fez uma linha do tempo, desde a Geocities, em 1994 até 2019 com o Tik Tok. Ele também apresentou o número de pessoas conectadas no Brasil, que tem 140 mil pessoas nas redes, isso representa 66% da população entre 16 e 64 anos, ou seja, uma grande audiência.

Tales Simões também mostrou os tipos de aplicativos mais utilizados, que são as redes sociais (97%). Dos apps mais baixados em 2019, os líderes no ranking são Facebook Menseger, Facebook, Whatsapp e Instagram.

No tempo diário gasto no universo digital em janeiro de 2020, as pessoas passam 9 horas e 17 minutos na internet, sendo 3 horas e 31 minutos nas redes sociais. O Facebook ainda é a maior rede com mais de 2,6 bilhões de usuários. Um ambiente que influencia nas ações também no mundo offline.

Sobre os anúncios no Facebook, eles podem alcançar até 120 milhões de pessoas. “Com o impulsionamento, você vai além dos seus seguidores. Agora, que estou atento ao celular, para eu comprar, não basta o produto estar do meu lado, tem que estar no meu celular”, ressaltou.

Ele falou ainda sobre outras redes como o Instagram, que tem mais de um bilhão de usuários; o Youtube que é a principal rede de vídeos com mais de dois bilhões de pessoas; o Whatsapp se destaca entre as plataforma de mensagens instantâneas com mais de dois milhões de usuários; o Tik Tok é o app com maior crescimento nos últimos anos com mais de 800 milhões de pessoas; o Linkedin que é uma rede com objetivo mais profissional para compartilhar conhecimento e possui mais de 675 milhões; e o Twitter, um app de expressão com mais de 330 milhões de usuários.

Para chegar à a chave do sucesso, o palestrante orienta: “Estude cada rede, conheça o seu público (quem é, quais os hábitos online, em quais mídias estão presentes e como as utilizam), analise a sua concorrência e pense na logística (conteúdo, calendário, frequência, formatos, anúncios).

Ao final, Tales Simões apresentou cases de sucesso e falou sobre as redes sociais para entidades contábeis. “Temos diversas ações e estratégias para ter relevância e alcance maior. É preciso pensar no perfil corporativo, entender a dor do cliente, direcionar o conteúdo para o seu público com soluções, levar a estratégia a sério, estar online e saber a hora de rever as estratégias”, orientou.

 

 

Palestra O Papel da Contabilidade na Sustentabilidade e Transparência das Organizações do Terceiro Setor

 

Seguindo a programação da tarde, às 15h30, foi realizada a palestra O Papel da Contabilidade na Sustentabilidade e Transparência das Organizações do Terceiro Setor com contador, engenheiro civil, vice-presidente de Desenprof do CRCSP, Marcelo Monelo, e José Eduardo Sabo Paes, Dr. Em Direito Constitucional, professor e autor do livro “Terceiro Setor e Tributação. A mediação foi feita pelo contador, professor e coordenador da Comissão de Contabilidade Aplicada ao Terceiro Setor do CRCBA, Nailton Cazumbá.

José Eduardo Sabo Paes iniciou citando a Constituição Brasileira, que tem em seus objetivos, no artigo 3º, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento social. Neste contexto, existem desafios a serem enfrentados. A partir da redemocratização de 1988, foram estabelecidas as garantias dos direitos e a cooperação entre as três esferas de governo.

“O nosso papel na sociedade é entender o estado não como absoluto, existe uma série de outras instituições que devem colaborar e a sociedade civil, por meio de entidades. Neste contexto, tem o terceiro setor. O mais importante é o exercício de políticas em comum para a garantia dos direitos da população”, ponderou.

Segundo o palestrante, o terceiro setor é o conjunto de organismos, organizações ou instituições sem fins lucrativos dotados de autonomia e administração própria que apresentam como função e objetivo principal atuar voluntariamente junto à sociedade civil visando seu aperfeiçoamento.

As formas de execução de serviços públicos pelo terceiro setor são: convênios, contratos de gestão, termos de parceria, de colaboração e de fomento. Autonomia, sustentabilidade e conformidade representam os três pilares do terceiro setor.

“É preciso entender a missão da entidade. Vivemos um novo perfil de governança e compliance. Essas boas práticas geram ambiente de confiança, que se projeta no valor da instituição, dando credibilidade. Compliance é um termo que evoluiu e tem se projetado nos últimos anos, uma necessidade de que as entidades estejam alinhadas em relação às normas específicas de seu campo de atuação”, explica.

Dando continuidade à palestra, Marcelo Monelo apresentou as características básicas do Terceiro Setor: “manutenção da finalidade não lucrativa, adoção de personalidade jurídica adequada aos fins sociais, atividades financiadas por subvenção do Primeiro Setor (governamental e doações do Segundo Setor (empresarial, de fins econômicos) e de particulares, aplicação do resultado das atividades econômicas que porventura exerça nos fins sociais a que se destina, desde que cumpra os requisitos especificos é fomentado por renúncia fiscal do estado e promoção das ações voltadas ao bem-estar social”, pontuou.

O palestrante enfatizou o papel do contador na prestação de contas do Terceiro Setor, cumprimento das finalidades. De acordo com ele, a contabilidade neste setor, apesar de não pagar impostos, tem uma gestão complexa. “É importante saber as normas profissionais e técnicas, a legislação específica, ter conhecimento tributário, setorial, de política pública e de operação”, salientou.

 

Palestra: Liderança Contábil Conectada

A programação da noite começou, às 18h, com a palestra Liderança Contábil Conectada do professor, contador, coach e presidente do CRCBA, Antonio Carlos Ribeiro da Silva, mais conhecido como ACR. Quem atuou na mediação foi o Juarez Domingues Carneiro, formado em contabilidade, direito e administração, ex-presidente do CFC e do CRCSC.

ACR convidou os líderes contábeis a ficarem atentos às mudanças que estão ocorrendo no mundo. “Precisava compartilhar com os colegas o que a gente vem fazendo, neste processo sobre o que é ser uma liderança contábil. Esse é um momento de reflexões. Eu já tinha 22 anos de experiência de gestão, quando assumi uma fundação de 115 anos, foi ímpar, estou terminando meu mandato no final do ano, além do trabalho como contador. O mundo está cada vez mais próximo e, nós, conectados. Hoje, tivemos um palestrante dos EUA na Conecon. Não existem mais barreiras. O nome do Conecon não foi à toa para mostrar que é possível repensarmos os nossos modos e processos. A internet e as mídias sociais estão aí. Agora, rapidamente temos retorno. É preciso ser uma liderança conectada, atenta aos processos que estão acontecendo no mundo”.

Para o palestrante, existem vários caminhos, cabe ao líder saber qual rumo tomar. Qual a visão de negócios podemos pensar hoje? É a partir desta reflexão que as ações devem ser pautadas. “Primeiro, é a digitalização, sair do físico para o digital. Não podemos pensar apenas em fazer guias, contador tem que pensar e ter estratégias. O que é operacional pode ser feito pela inteligência artificial. É preciso ser um líder engajado em novas possibilidades”, observou.

ACR afirmou que o mundo atual exige agilidade e é pautado por mudanças constantes. “O momento é de distuptura. Nós não teremos mais organizações contábeis usando modelos do passado, não vão se sustentar, as tendências demonstram”, afirma.

O palestrante deixou claro que é necessário saber aonde quer chegar, porém as decisões devem ser tomadas em conjunto. É preciso ouvir a equipe e não querer só dar ordens. Propósito e direcionamento são dois itens fundamentais destacadas pelo professor. Ser um líder transparente, aberto e autêntico também são fatores importantes, segundo ACR.

“Todos devem estar conectados, isso ocorre quando o líder compartilha com a equipe as decisões, trata todos por igual e gera confiança, tem uma cultura baseada em valores. Líderes contábeis, as suas organizações têm que fazer entregas de valor”, orientou.

O professor também destacou a importância de ser flexível e estimular a aprendizagem. “Um modelo menos hierárquico, onde há compartilhamento de ideias, ser mais colaborativo”, pontuou.

 

 

Palestra Gestão Digital de Alta Performance em Empresas Contábeis

Encerrando a programação de três dias da Trilha Inove no Conecon, às 19h30, teve início a palestra Gestão Digital de Alta Performance em Empresas Contábeis, ministrada por Maria Lucia Garcês e mediada por Augusta Barbosa, contadora e vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCCE.

Maria Lúcia Garcez, contadora, empreendedora, fundadora de um dos primeiros escritórios do Brasil a operacionalizar sem papéis, online, aumentando 80 para 800 clientes em 48 meses com a Gestão Digital de Alta Performance, um case de sucesso na contabilidade digital. Ela também atua como consultora, auxiliando as empresas a seguir o seu exemplo.

A palestrante iniciou apresentando a trajetória de sua empresa. “Comecei errado porque investi muito na estrutura tecnológica e não tinha cliente para arcar com os custos. Foram erros e acertos até começarmos a crescer. Engravidei e veio a primeira grande mudança. Deu medo, mas a minha filha foi o meu primeiro grande motivo para a inovação. Passei a trabalhar em casa e meu custo foi quase a zero. Tinha três turnos: trabalho, estudo e família. Nosso escritório estava progredindo. Veio outro desafio: minhas funcionárias pediram demissão. Até que eu consegui dar conta de tudo, contratar novas pessoas e o escritório andou”, contou.

Maria Lúcia contou que chegou o momento que estava trabalhando muito e ganhando pouco. “Você vê o dinheiro entrando, mas o teu custo aumentando e a responsabilidade como contador é muito grande. Eu vi que o mercado estava em crise, era o momento de transição, a concorrência estava baixando o preço, tirando os clientes. Estava sem caixa, queria crescer, mas não tinha como investir. Eu transferia minha responsabilidade, a culpa era do governo, do outro, mas chegou uma hora que percebi que a culpa era minha. Estava tão ocupada com a parte técnica que não tinha tempo para fazer gestão. Vi que tinha que me tornar uma gestora”, disse.

A partir daí, a palestrante passou a estudar, fazer imersões e buscou entender o impacto da tecnologia nos negócios. Ela passou a identificar outra necessidade: trazer novos negócios e investimentos para a empresa. Passou a investir em desenvolvimento de líderes dentro da empresa e apostar em novos talentos ao captar sócios. Percebeu que era preciso ter um propósito massivo inovador. A partir daí, veio o crescimento.

“Essa mentalidade de jovens talentos fez a diferença. O meu papel foi só monitoramento e ajudá-los a amadurecer. Vieram novos negócios e implantamos o setor comercial e de marketing”, revelou.  Ela orientou aos profissionais que querem empreender para buscarem mentorias.

“Não é a tecnologia que muda o mundo, pessoas mudam o mundo. Acredite em você e valorize as pessoas que estão ao seu lado”, concluiu.

A programação da tarde e da noite, desta sexta-feira (23/10), da Trilha Inove pode ser acessada pelo link: https://youtu.be/nRgOJSz4ZPg