Nova presidente da Jucec: “As portas da Junta estão sempre abertas para o CRCCE”
A recém-nomeada presidente da Junta Comercial do Estado do Ceará-Jucec, Carol Monteiro, reconheceu o trabalho do Conselho Regional de Contabilidade junto à classe contábil, em entrevista exclusiva concedida ao Portal de Notícias e Serviços da autarquia.
“O Conselho tem atuado bastante, tem sido muito parceiro dos contadores, a gente vê ações em que o CRCCE está sempre presente”, afirmou. Nesta quarta-feira (11), receberá a visita de cortesia da presidente do CRCCE, Clara Germana Rocha.
Carol Monteiro é a primeira mulher a ocupar a presidência da Jucec, em 140 anos de existência. Advogada e especialista em Gestão Pública, ela está há 15 anos na Jucec, onde começou como estagiária de Direito. Foi supervisora do núcleo de Registro de Empresas, e desde 2008, exercia o cargo de assistente do presidente.
Veja a entrevista completa, em que fala das metas, dos entraves que vai encontrar, do concurso para servidores do órgão e da relação que pretende estabelecer com o CRCCE.
CRCCE – Qual a sua primeira grande preocupação, alguma meta prioritária?
Carol Monteiro – A primeira grande preocupação é resgatar a credibilidade da Junta Comercial do Estado do Ceará. É colocar a Junta em um patamar de excelência no serviço público, de agilidade no serviço público. E para isso nós temos instrumentos. O principal deles é a implementação, no Estado do Ceará, da Redesimples. Nós temos uma parceria forte com o Sebrae, e essa parceria agora tende a se fortalecer ainda mais, porque a Junta pretende, enquanto órgão integrador da Redesimples, entrar diretamente no processo. Eu, como gestora, pretendo acompanhar pessoalmente todas as ações da Redesimples, para que, até o final do ano, a gente já a tenha concluída.
CRCCE – A senhora já identificou os entraves?
CM – Sim. A dificuldade de engrenar e de avançar nisso (na implementação da Redesimples) era a falta de definição da nova gestão. Já tendo isso definido, eu acho que a gente tem que colocar em prática algumas ações que já vinham sendo projetadas. A Junta Comercial está no penúltimo lugar em termos de integração (da Redesimples), de todo o Brasil. Então, eu acho que esse é o papel da Junta. É desburocratizar para fomentar a economia. É trazer o empresário, é trazer o contador, é trazer todos aqueles profissionais que lidam com o ofício do registro de empresa, ouvi-los, dialogar e contar com a ajuda da sociedade em geral, pra poder alavancar o serviço público que a Junta presta.
CRCCE – A Junta vai caminhar sem os concursados? Já tem data para chamá-los?
CM – Ainda não. O Governo sinaliza que irá autorizar o chamamento. São 30 para chamada imediata, mais 30 para cadastro de reserva. Mas a garantia é que sejam chamados só os 30. A gente vê equipamentos como o Vapt Vupt inaugurando… Nós temos o Vapt Vupt do Cariri, em Juazeiro, nós temos o de Messejana, que já está funcionando, nós temos outras unidades para inaugurar. A gente precisa colocar esses servidores para poder descentralizar o serviço, para o cidadão ter mais acesso à abertura das empresas e ao manejo dos instrumentos que viabilizam o funcionamento das empresas. Não adianta a Junta ficar à margem dos avanços que o Governo tem promovido. A gente só faz isso se a gente tiver servidores fortes.
CRCCE – Qual a relação que essa gestão pretende com o CRCCE, com o profissional da contabilidade?
CM – Eu acho que é o diálogo. A gente precisa conversar, a gente precisa trocar ideias. As portas da Junta estão sempre abertas para o CRCCE. A gente tem condição de trabalhar em parceria, fazendo a capacitação, porque a Junta é um órgão de registro. E muitas vezes o cidadão, o contador, não tem uma afinidade com a legislação específica, que, às vezes, não chega muito ao conhecimento. Então eu acho que uma grande parceria que nós podemos fazer é a questão da capacitação, desse intercâmbio de conhecimento entre a Junta e os contadores, porque isso também diminui a burocracia. No momento em que o contador faz o instrumento correto, ele é analisado e ele sai de maneira mais rápida.
CRCCE – A primeira mulher na presidência e coordenando um corpo de vogais que é muito tradicional? Vai ter mudança no estilo de gerir?
Muito me honra fazer parte desse colegiado de vogais, sobretudo estar ocupando a presidência da Junta Comercial sendo a primeira mulher. Passei por vários setores e o que mais me honra é ter o meu trabalho, ao longo de todos esses anos, reconhecido. O estilo obviamente vai alterar um pouco. É uma outra gestão, é uma gestão que se diferencia pelo dinamismo, mas que tem muita garra. Eu sei que é um período efêmero, é um mandato de quatro anos. Mas que eu dedico às mulheres.