CFC propõe alterações em projeto de lei de senador do Ceará
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) está propondo aprimoramentos na redação do texto do Projeto de Lei do Senado (PLS) 229/2009, de autoria do senador Tasso Jereissati, que estabelece normas gerais sobre plano, orçamento, controle e contabilidade pública. O PLS tramita no Congresso Nacional com o objetivo de substituir a Lei 4.320 de 1964, que hoje regula diversos aspectos do Orçamento e da Contabilidade Pública. O texto está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e tramita com um substitutivo apresentado pelo senador Ricardo Ferraço.
O PLS 229, entre outros aspectos, aprimora o tratamento dado ao orçamento possibilitando que a gestão fiscal responsável ocorra efetivamente e define que o órgão central de contabilidade da União seja o responsável por editar normas para a contabilidade aplicada ao setor público. Em reunião com a subsecretária de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Gildenora Milhomem, a vice-presidente Técnica do CFC, Verônica Souto Maior, destacou a importância do aprimoramento e a pertinência do PLS 229/2009.
“O texto do senador Ferraço é muito bom, está em consonância com as boas práticas contábeis observadas no mundo, mas como começou a ser elaborado há seis anos, não reflete toda a transformação pela qual passou a contabilidade neste período”, afirmou.
A Lei nº 12.249/2010 define o CFC como órgão normatizador da contabilidade brasileira. Em 2005, visando à implementação de convergências das normas brasileiras às internacionais, o CFC criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tem na sua composição o CFC, a Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), a BM&FBovespa, a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
Com base nos documentos do CPC, o CFC conduziu e consolidou em 2010 a convergência da contabilidade do setor privado às normas internacionais. Também em 2010, em parceria com o Ibracon, o CFC implementou a convergência da auditoria às normas internacionais. No que tange à contabilidade pública, não foi diferente, o CFC, em parceria com a STN, já editou onze normas aplicadas ao setor público, alinhadas às normas internacionais (IPSAS, na sigla em inglês), e está trabalhando no modelo de convergência.
Na quarta-feira (23/9), a CAE realizou audiência pública para discutir o PLS 229/2009. Os participantes reforçaram a necessidade de o CFC exercer o papel de normatizador da contabilidade no País e ficou acertado que será criado um Grupo Técnico (GT), formado por representantes dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, da Câmara, do Senado e do CFC, que tratarão de aprimorar o texto para que ele saia da CAE com uma linguagem adequada à legislação vigente.
O coordenador Institucional do CFC, conselheiro Joaquim de Alencar Bezerra Filho, destacou que o conselho está tecnicamente estruturado e à disposição para participar do grupo. “A ideia é que o GT apresente uma proposta que contemple todos os aprimoramentos necessários aos artigos que tratam do patrimônio e da contabilidade pública, com o intuito de que, diante da parceira já existente entre o CFC e a STN, esta continue fazendo a aplicação prática das normas editadas pelo CFC”, explica ele.
O conselho fará uma análise comparativa item a item do projeto, propondo aprimoramentos. Após esta análise, CFC e STN discutirão uma redação unificada para ser apresentada ao GT.
A CAE realizará, ainda, duas audiências públicas sobre o projeto. Após aprovado na CAE o texto segue para a Comissão de Assuntos Sociais e, depois de aprovado, segue para a Câmara dos Deputados.
(Do: www.cfc.org.br)